quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Clã literário Tavares

Na década de 90 do século passado (estranho falar dessa forma, sinto-me quase um ancestral, um Afonso da Maia) a Editora Record lançou uma edição brasileira da revista de ficção científica Asimov's Science Fiction, chamou-se aqui de Isaac Asimov Magazine, e representou para muitos, inclusive eu, um batismo de fogo no gênero, com contos de altíssima qualidade, muito bem traduzidos. Houve algus contos nacionais, após a realização de um concurso, o "Concurso Jerônimo Monteiro". Infelizmente a edição nacional só durou dois anos (de 1990 a 1992). Incrível como coisas realmente boas parecem não durar muito sob nosso escaldante clima (serão nossos solos inférteis?). Apesar de não ter publicado contos na revista, o escritor paraibano Bráulio Tavares publicou várias resenhas e me conquistou como fã. Pouco tempo depois tive oportunidade de ler seu incrível "A espinha dorsal da memória", único livro brasileiro (pelo que eu saiba) a ganhar o "Prémio Caminho de Ficção Científica", um prêmio português (aliás, parece-me que em Portugal se publica mais FC, e de qualidade, do que nestes brasis, talvez porque, ao contrário das piadas preconceituosas, tenham mais imaginação do que nós outros). Durante meu período regionalista-bairrista-nacionalista fiquei fascinado por seu cordel "Nordeste Independente", se não me engano em parceria com Ivanildo Vila Nova. Depois perdi-lhe a pista, até surgir a internet, vinda direto do céu, e encontrá-lo novamente pelo cibermundo, embora não tão abundantemente quanto gostaria. Há algumas entrevistas, uma coluna diária no Jornal da Paraíba e recentemente encontrei uma coluna que ele escreve para o site de literatura e arte Cronópios. Uma amostra deliciosa da poesia de Bráulio Tavares pode ser vista aqui, perdida no meio do ciberuniverso. Além de escritor, Bráulio Tavares é também compositor. Um dia desses estava eu procurando algum artigo sobre Pinto de Monteiro, monstro sagrado da poesia repentista, quando encontrei este texto, de autoria de uma tal Clotilde Tavares. Gostei do texto, e procurei algo mais da autora. Não é que boquiaberto descubro que a dita cuja é irmã de Bráulio Tavares?!! Clotilde é bem mais prolixa em termos de internet do que Bráulio e possui alguns sites que devem ser visitados: aqui, aqui, além deste blog, aparentemente desatualizado. Entrei em contato com a Clotilde por email, respondeu-me gentilmente, falou de projetos futuros e descobrimos que é grande amiga de uma minha tia, mundo nanoscópico. Bons genes.

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